A poesia às vezes se guarda do poeta,
Está lá. Em algum lugar dorme, hiberna.
Inverna em cavernas profundas, ansiando o ar livre das primaveras do peito,
Os passeios soltos, sem tração, sem correntes a puxá-las à força de seu leito.
Essa, que se esconde, é as dos tempos de guerra.
De alguma sorte de batalha interna,
Germe de pesadas pelejas.
Está latente: as palavras sob a pele, no avesso do corpo.
Os bolsos da mente seguem abarrotados de munição.
Há hora para disparar.
Poesia não se atira à força,
Não é arma que se descarrega por pressão.
É arte que eclode certeira, aos auspícios da emoção.