Era uma vez um amor...
Mas não um amor de plástico,
Nem de vidro, quebrável.
Um amor verdadeiro, puro, encorpado,
Embalado a vácuo,
Protegido de frio e de calor.
Era uma vez um amor...
De desabrochar desejos
Em canções de liberdade.`
Sem ter idade,
Como não têm o coração.
Era uma vez um amor...
Encantamento d´alma em alvorada,
O somar de êxtase e comunhão,
Exalar da aurora em que mora
O devir da emoção.
Era uma vez um amor...
Contendo o tesouro do prazer,
Em ausência sendo saudade.
Expondo-se ao vento sem tremular,
Dissol-vendo-se ao ser sol,
Sua fragrância e-levando-se ao espaço,
Ao despertar raios de luz.
Era uma vez um amor...
Que nos torna transparentes
Ignorando os abismos do tempo,
Como ignora distâncias.
Sendo substância do mais divino verso.
Era uma vez um amor...
Sendo dueto, onde habita ternura.´
São necessários dois para sua música tocar
E os beijos despertar...
Nem que seja em pensamentos.
Era uma vez um amor...
Que completo e sem dor,
Maiúsculo, sem qualquer pudor,
Vive um gigante encantamento.