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quinta-feira, 17 de julho de 2025

Espaços & emoções

 


Há palavras nas pausas.

Faço no silêncio muitas declarações de amor.

Uso o som das entrelinhas, em hiatos,

Uso o olhar de dar espaços,

Tempo para o sujeito repousar de verbos e adjetivos.

Escrevo em vãos, aos intervalos.

Declamo versos invisíveis entre pontos e virgulas,

Repouso em reticências.

Você lê ?


Há longas orações nas pausas mais curtas,

Exclamações em lacunas, 

Sentenças veladas, tácitas, latentes,

Discursos veementes entre locuções.

São emoções !...


Você sente, você vê ?




quarta-feira, 16 de julho de 2025

Do sorrir

 


Sorrir é fazer festa com a boca entreaberta,

Declarar-se sem palavras.

Tecer tapeçarias de luz com os lábios

Separados, dançantes, em movimento de oferta.

Cantar operetas, fazer serenatas de melodias sem letra.

Sorrir é, em silêncio, a alegria de chover satisfação,

Ser, radiante, sonata de sol interior.

Celebração do coração

A aspergir gotas de amor.




terça-feira, 15 de julho de 2025

Era uma vez um amor...

 


Era uma vez um amor...

Mas não um amor de plástico, 

Nem de vidro, quebrável.

Um amor verdadeiro, puro, encorpado,

Embalado a vácuo,

Protegido de frio e de calor. 


Era uma vez um amor...

De desabrochar desejos

Em canções de liberdade.`

Sem ter idade, 

Como não têm o coração.


Era uma vez um amor... 

Encantamento d´alma em alvorada,

O somar de êxtase e comunhão,

Exalar da aurora em que mora

O devir da emoção.


Era uma vez um amor... 

Contendo o tesouro do prazer, 

Em ausência sendo saudade.

Expondo-se ao vento sem tremular,

Dissol-vendo-se ao ser sol,

Sua fragrância e-levando-se ao espaço,

Ao despertar raios de luz.


Era uma vez um amor... 

Que nos torna transparentes 

Ignorando os abismos do tempo,

Como ignora distâncias.

Sendo substância do mais divino verso.


Era uma vez um amor...

Sendo dueto, onde habita ternura.´

São necessários dois para sua música tocar

E os beijos despertar... 

Nem que seja em pensamentos.


Era uma vez um amor...

Que completo e sem dor,

Maiúsculo, sem qualquer pudor,

Vive um gigante encantamento.




segunda-feira, 14 de julho de 2025

Interessância

 


Espero...

Espessura no olhar,

Altura no tato,

Transparência no olfato,

Fluidez na fala,

Densidade no abraço,

Profundidade na escuta,

Radioatividade nas palavras,

Meneios no silêncio,

Eco no beijo.


Espero o que desejo...

Esperando você.




sexta-feira, 11 de julho de 2025

Ilhas & arquipélagos



Ilhas... cercadas de incertezas.

É da nossa natureza

Ser mais pontos de pergunta

Que imponentes exclamações

...que duram pouco.

Parcos pedaços de tempos claros

Em meio a névoas, neblinas de dúvidas.


Ilhas... ansiando ser arquipélagos,

Continentes encantados de magia

De mundos singulares,

Uni-versos pessoais.


Precisamos de plurais.



  

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Do abraço

 


O poder do abraço é fazer laço.


Mais que união de corpos, 

É encontro de seres em sementes

A fazer festa,

Quebrando, rompendo cascas

Para ser flor.


É adeus ao vazio,

Força de mar sendo que é rio.

Presente entre entes viventes

Que se entregam, não se possuem

Mas se pertencem.


Simples e denso,

É oceano de emoção.

Só sim, sem não.

Curso de almas entrelaçadas,

Colo que cola o coração.


Calor que acolhe, que assenta a dor,

Louvor... alimentando amor.

É divina comunhão.




quarta-feira, 9 de julho de 2025

Do que estou

 


Sou o que preciso ser.

Nem mais nem menos.

Estou agora o que me basta.


O relógio dita as horas,

Eu as desobedeço.

Sou sem fim, só sei começo,

Uma absurda abstração.


Desejo meu não se demora.

Sou o instante, o ensejo.

Lá fora é gargarejo

Do muito que em mim mora.