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terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Reféns do alheio



As horas passam por você e não as vê, como fantasmas.
São só sombras de seus desejos. Não as possui.

Correm à revelia... ou não ?
Com seu consentimento.
O atropelam... e sequer assiste,
Em vir e ir de vento.

Poderiam, ao contrário, desfilar com você.
Ser trançadas por escolha, ser tecidas com o tento da vontade.
Ser fruídas em corpo, mente, coração.

Poderiam ser horas de alma,
Instantes de tanto desfrute mais,
Ensejos de mais apreço.

Por que não são ?
O que faz delas autônomas, de vida própria
Que não a sua, com suas rédeas ?

Ahhh, rosários de queixumes !...
Como se tempo tivesse essência, vigor,
Etéreo autogoverno,
Desse as ordens, soberano per se.

Invertida a ordem criador-criatura.

Quem é dono de quem ?

Medita, pondera.
O que importa, tem valor ?

Faz mais o tempo.

Faz pouco... relativo.
Faz menos... mais sereno.
Mas faz com paz,
Faz com sorriso... de verdade interior.
Com mais amor.